quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

DOMINGUINHOS

                José Domingos de Morais (Garanhuns, 12 de fevereiro de 1942 — São Paulo, 23 de julho de 2013), conhecido como Dominguinhos, foi um instrumentista, cantor e compositor brasileiro. Exímio sanfoneiro, teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Teve em sua formação musical influências de baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz.

Infância

          José Domingos de Morais nasceu na cidade de Garanhuns, agreste pernambucano, oriundo de uma família humilde e numerosa, eram ao todo dezesseis irmãos. O pai, "mestre Chicão", era um conhecido sanfoneiro e afinador de sanfonas e sua mãe era conhecida como "dona Mariinha", ambos alagoanos.[1]

          Desde menino José Domingos já se interessava por música, por influência do pai, que lhe deu de presente uma sanfona de oito baixos. Aos seis anos de idade aprendeu a tocar o instrumento e começou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro, junto com dois de seus irmãos, Moraes e Valdomiro, formando o trio Os Três Pinguins. No início da formação, tocava triângulo e pandeiro, passando depois a tocar sanfona. Praticava o instrumento por horas a fio e tornou-se um exímio sanfoneiro, passando a ser conhecido em Garanhuns como "Neném do acordeon".

Encontro com Luiz Gonzaga

          Conheceu Luiz Gonzaga quando tocava no hotel em que este estava hospedado, em Garanhuns. O nome do hotel era Tavares Correia e o trio, que sempre tocava na porta, foi convidado naquele dia a tocar dentro do hotel para Gonzaga e seus acompanhantes.[nota 2]

          Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro, onde morava. Essa viagem aconteceria anos mais tarde, pois algum tempo depois deste encontro, em 1948, Neném do acordeon foi para Recife estudar.

Ida ao Rio de Janeiro

          Alguns anos depois, em 1954, seu pai decide ir para o Rio de Janeiro procurar Gonzaga, devido às dificuldades que passavam em Garanhuns. Junto com o pai, foi também o menino Neném do acordeon, então com treze anos de idade, numa viagem de pau de arara que durou onze dias. Foram morar em Nilópolis, onde já estava o seu irmão Moraes.[1]

Em pouco tempo foram procurar Luiz Gonzaga, que morava no bairro do Méier, zona norte do Rio de Janeiro. Este deu-lhe de presente uma sanfona de oitenta baixos logo neste primeiro encontro. A partir de então, o menino passou a frequentar a casa de Gonzaga, o acompanhando em shows, ensaios e gravações.

          Nos anos seguintes, o menino que ainda era conhecido como Neném do acordeon, passou a participar de programas de rádio e se apresentar em casas noturnas, aprendendo outros estilos de música, como o chorinho, samba e outros estilos da época.

          Somente em 1957, receberia o nome artístico de Dominguinhos dado pelo próprio Gonzaga em homenagem a Domingos Ambrósio. Foi quando Luiz Gonzaga pegou um acordeom 120 baixos pela primeira vez, das mãos do saudoso Domingos em Juiz de Fora - Minas Gerais.

          De 1957 a 1958, integra a primeira formação do grupo de forró Trio Nordestino, ao lado de Miudinho e Zito Borborema, que haviam deixado o grupo que acompanhava Gonzaga. Neste mesmo ano de 1958 casa-se com Janete, sua primeira mulher. Deste casamento nascem os filhos Mauro e Madeleine.

          Depois de deixar o Trio Nordestino em 1958, continuou a se apresentar em programas de rádio e casas noturnas, até gravar seu primeiro disco, o LP Fim de festa em 1964.

Viagens com Gonzaga e consagração

          Geraldo Azevedo e Dominguinhos em 2008

          Depois de mais dois discos gravados, volta a integrar o grupo de Gonzaga em 1967, viajando pelo nordeste e dividindo as funções de sanfoneiro e motorista. Em uma dessas viagens, naquele mesmo ano, conhece uma cantora de forró, a pernambucana Anastácia, com quem compôs mais de 200 canções, inclusive um de seus maiores sucessos, Eu só quero um xodó, em uma parceria que durou onze anos.

          Anastácia revelou em 2013 que se arrependeu de ter destruído 150 fitas cassete com melodias inéditas de Dominguinhos, depois de ter sido abandonada por ele.[2]

          A sua integração ao grupo de Luiz Gonzaga fez com que ganhasse reputação como músico e arranjador, aproximando-se de artistas consagrados dos movimentos bossa nova e MPB, nos anos 70 e 80. Fez trabalhos junto a músicos de renome, como Nara Leão, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Chico Buarque, Toquinho e Roberto Carlos.

          Acabou por se consolidar em uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa nova, jazz e pop.[3]

          No final dos anos 70, Dominguinhos conhece a também cantora Guadalupe Mendonça, com quem se casa em 1980. Deste casamento, nasceria uma filha, a cantora Liv Moraes.[4]

Morte

          Em decorrência de um tratamento contra um câncer de pulmão, que já durava seis anos, Dominguinhos teve problemas relacionados à arritmia cardíaca e infecção respiratória e foi internado no Recife em dezembro de 2012. Um mês depois foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. No decorrer dos meses seguintes seu quadro se agravou, tendo sofrido várias paradas cardíacas. Em março seu filho Mauro declarou à imprensa que o cantor não deveria mais retornar do coma em que se encontrava, informação não confirmada pelos médicos, que, segundo os boletins divulgados, afirmavam que Dominguinhos estava minimamente consciente e apresentava leve quadro de melhora.[5][6][7]

          Em 13 de julho, o cantor deixou a UTI, mas ainda permaneceu internado, com quadro considerado estável.[8] Com um novo agravamento no seu quadro, voltou para a UTI, onde morreu às 18h do dia 23 de julho de 2013, após sofrer complicações infecciosas e cardíacas.[9] Devido a uma disputa judicial entre seus familiares quanto ao local do sepultamento, o corpo de Dominguinhos teve dois sepultamentos. O primeiro foi no Cemitério Morada da Paz em Paulista, Região Metropolitana do Recife, no dia 25 de julho de 2013.[10] Dois meses depois, em 26 de setembro, seu corpo foi transferido para Garanhuns, onde houve um novo sepultamento no mesmo dia, no Cemitério São Miguel. O desejo de Dominguinhos era ser sepultado na sua terra natal.[11][12]

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dominguinhos 

Músicas em ordem alfabética

 11 de abril

A gente vê depois

A quadrilha
Alagoinha

Amor estou voltando

Apôs tá certo

Arrastando as alpargatas

Baião mimoso

Baião violado

Bigode de arame

Bonitinho

Cabaré de bandido

Canto do sabiá

Cheinho de molho

Chorando em passo fundo

Chorinho pra Guadalupe

Chorinho pro Egídio Serpa

Chorinho pro miudinho

Cuidado comigo

Cururu no brejo

De Altamira a Campina Grande

Dedo quente

Domingando

É isto mesmo

Enchendo o saco

Esfola bode

Espivitadinho

Essa é boa

Este é forró

Festa no sertão

Forro da pesada

Forró de Araripe

Forró em fazenda nova

Forró em lagoa da canoa

Forró em petrolina

Forró em Rolândia

Forró em Salgueiro

Forró em Timbaúna

Forrozinho aperiado

Frevo baiano

Frevo cantagalo

Frevo em Olinda

Fuga pro nordeste

Garanhuns

Guada e Liv no forró

Homenagem a Chiquinho do acordeon

Homenagem a Jackson do pandeiro

Homenagem a Januário

Homenagem a Mestre Chicão

Homenagem a Nazareth

Homenagem a Pixinguinha

IE

Ilusão nada mais

Instrumental

Lamento de caboclo

Lamento sertanejo

Limpa banco

Machucadinho

Minha decisão

Na casa de Dona Anita

Nilopolitano

No tempo do meu pai

Noites sergipanas

Nós dois de testa

Nosso chorinho

O xente

Oito baixos pra frente

Oswaldiano

Oswaldinho no forró

Palmares

Palmeira dos ìndios

Panorama

Passeando

Pé de boi

Pé de poeira

Pé na poeira

Piadinho da vovó

Piauiense

Princesinha no choro

Puxa e encolhe

Quadrilha na palhoça

Quebra quenga

Recife a João Pessoa

Relembrando meu pai

Relembrando os velhos tempos

Samba Matuto

Sanfona de cordel

Sanfona sentida

Sapo de galocha

Saudoso

Segura as calças

Sem mistério

Te cuida jacaré

Te cuida rapaz

Toque de pife

Toque essa outra vez

Triunfo

Um abraço no Romeu

Um pé no asfalto, outro na buraqueira

Vai quem pode

Velhos tempos

Você queria tá ai

Xote do coice
Xote miudinho

Zé pequeno, você é grande

Zibindinha no forró